Hoje li um capítulo interessante em um livro, que fala sobre os tipos de conflitos. Na maioria das vezes quando falamos sobre esse assunto, logo nos vem a cabeça os conflitos interpessoais e de relacionamento. Mas o autor escreve que de uma forma geral, ocorrem dois tipos de conflitos nas organizações: conflito de tarefas, que é um conflito sobre as atividades, ideias, questões e não está ligado às avaliações do caráter da pessoa. E o conflito de relacionamento, que é personalizado, portanto, ameaçador e prejudicial para as relações pessoais, funcionamento de equipes e resoluções de problemas.

Acho muito legal quando os autores fazem comparações para entendermos de uma forma figurativa as diferenças. Nesse caso, eles comparam os tipos de conflitos com o colesterol (para quem não sabe, HDL é o bom e LDL é o mau colesterol).

Conflito de relacionamento é o “mau conflito”. Ele interfere na produtividade e no esforço que as pessoas dedicam a uma tarefa, porque muitas vezes, o conflito reduz a comunicação entre os participantes, o que prejudica na coordenação do trabalho. Isso também pode fazer com que os líderes evitem a liderança participativa e recorram as decisões autoritárias, de ‘cima para baixo’. Todo esse tempo é perdido, em vez de trabalhar na tarefa. Ou seja, o “mau conflito” causa estresse nos gerentes e na equipe, e geralmente está associado a consequencias negativas.

Consequentemente, o conflito de tarefa pode ser visto com o “bom conflito”. Pode ser benéfico para a tomada decisões e resolução de problemas. Mostra publicamente problemas que, caso contrário, poderiam ser ignorados. Pode motivar pessoas a tentarem entender as posições e ideias de outras pessoas. Obriga as pessoas a “repensarem” o seu raciocínio, o que muitas vezes melhora a qualidade das decisões. Ou seja, o conflito de tarefas pode ser bom para o gerente que quer dar uma “sacudida” na equipe.

O conflito de tarefa está associado com a qualidade, maior compromisso e mais aceitação da decisão. Já o conflito de relacionamento, ao contrário, reduz significativamente esses mesmos resultados.

Porém, conflitos de tarefa em excesso, pode ser prejudiciais e dependem muito de quando ele ocorre e como é abordado pelo gerente ou pela equipe.

Estimular o conflito de relacionamento é uma receita para o desastre.